Os felinos selvagens vivem livremente. No passado, essa
também era a realidade dos gatos e é por isso que seu comportamento instintivo
remete a liberdade, independência e isolamento. Essas características genéticas
explicam, ainda, o costume que os gatos têm de armar emboscadas, escondendo-se
e saltando sobre a “presa”, que pode ser um brinquedo, nossas pernas e pés ou
qualquer coisa que eles considerem “perigoso”.
Quem tem gato sabe que eles passam horas “caçando” uma
bolinha de papel, ratinhos de borracha e outras coisinhas que achem
interessante. Todas essas práticas são muito importantes para o gatinho, pois
asseguram-lhe que aprendam a agir em uma situação de perigo real, como ataque
de outro gato ou caça. Afinal quando não tem quem os alimente, precisam ir à
luta sozinhos, utilizando as armas que dispõem, ou seja, mandíbula, garras,
corpo ágil e capacidade de cercar a presa, para capturar animais como pássaros e
roedores.
Enquanto exercitam sua agilidade brincando com outro gato ou com brinquedos, os
gatinhos mantêm vivos seus instintos de sobrevivência e independência.
A essência dos gatos é fazer o que gostam e querem, e são
persistentes nesse objetivo. Se quiserem entrar em um quarto e a porta estiver
fechada, usarão todos os recursos para dizer que querem que a porta seja
aberta.
A necessidade que os gatos têm de se mostrarem donos do
pedaço é um aspecto de seu sentido de independência, pois quando controlam um
território eles determinam quem pode e quem não pode fazer parte dele. É por
isso que quando chega uma visita em casa o gato se esconde. Ele vai para uma
parte do “seu” território em que “intruso” não poderá encontra-lo.
E quando o gato se aproxima da visita, é para obter referências
do “invasor” antes de permitir que ele se aproxime de verdade.
Essas características típicas de felinos, faz com que muita
gente infelizmente, considere gatos, egoístas, reservados e mal-agradecidos,
mas nós criadores e admiradores, quando conhecemos a personalidade do animal, o
compreendemos.
O fato é que um gato nunca é igual a outro. São indivíduos
com personalidade e características impares, pautadas de traços genéticos. Quem
tem ou teve mais de um gato em casa, sabe o que estou falando. As reações e
necessidades de atenção, são totalmente diferentes de um gato para outro.
Independentes até na
doença
É importante manter-se atento ao comportamento do gatinho e perceber
sinais de isolamento, pois muitos gatos quando se sentem doentes tendem a se
recolhem e não emitem sons ou nenhum outro sinal de dor.
Para que o gatinho seja receptivo em caso de doença ou mal-estar,
aproxime-se carinhosamente e mostre a ele que está ali para ajuda-lo e que irá
cuidar dele, brinque e lhe dê muita atenção (caso necessário, leve-o ao
veterinário). Mas se ele insistir em se isolar, respeite-o. Deixe sempre o
gatinho a vontade para exercer sua gatisse, porém nunca deixando de cuidar do bem-estar
dele.
A Lucy sabe que manda aqui em casa, mas sempre que quer um
cafuné sobe em todos os colos da casa.