domingo, 29 de março de 2015

Fases da vida do gatinho: Idosos e geriatras


A Associação Americana de Práticos de Felinos define um gato como idoso (sênior) entre 11 e 14 anos de idade e um gato geriatra a partir dos 15 anos. Existem mudanças fisiológicas em todos os seres vivos que caracterizam o processo de envelhecimento, mas nos gatos isso ainda é pouco estudado.
Cabelo branco é algo que logo vem em mente quando pensamos em alguém que está envelhecendo, mas existem diversos processos não tão aparentes que ocorrem com o decorrer dos anos, como baixa da imunidade, perda da elasticidade da pele, diminuição dos sentidos (olfato, visão, paladar e audição), perda das funções dos rins, doenças articulares (artrose) e doenças orais, especialmente periodontais.

ALIMENTAÇÃO NOS IDOSOS
Assim como é importante trocar o tipo de alimento quando um gatinho vira adulto, na fase idosa isso também deve ser feito.
Os gatos idosos devem receber alimentação diferenciada, pois suas necessidades nutricionais mudam. Ao contrário dos cães e dos humanos, nossos bichanos apresentam maior necessidade energética a partir dos 12 anos de idade. Isso pode explicar porque os gatos tendem a perder peso nessa idade.
É recomendado para os gatinhos com mais de 12 anos oferecer uma dieta bem palatável, de alta digestibilidade (que aproveita ao máximo os nutrientes) e mais vezes ao dia.
Não é recomendado restringir a quantidade de proteína nos gatinhos idosos saudáveis, pois eles tendem a perder parcialmente a capacidade de absorver essas proteínas. O mesmo vale para as gorduras.
Apesar dessas orientações, o veterinário é o único capacitado para escolher a melhor dieta para seu gato, e o proprietário não deve nunca tomar essa decisão sozinho.

VISITAS AO VETERINÁRIO
É recomendado que um gato idoso saudável frequente um veterinário a cada seis meses.
Quando ocorrer essa visita é importante o proprietário narrar tudo que acontece na vida do gato e todas as mudanças de comportamento nos últimos meses. Isso porque os gatos são muito discretos em demonstrarem seus problemas, fazendo com que seja comum um gato idoso chegar ao veterinário já em estágio avançado de alguma doença.
Cada colega segue uma conduta de avaliação de idosos, mas de uma maneira geral é recomendado que esses animais façam alguns exames de rotina, como exames de sangue para contagem de células vermelhas e brancas, avaliação sanguínea de enzimas e proteínas que ajudam na avaliação dos rins e do fígado, exame de urina, dosagem de hormônio tireoidiano (gatos idosos podem desenvolver hipertireoidismo) e mensuração da pressão arterial.

VACINAÇÃO EM IDOSOS
Não está comprovado se os gatos idosos respondem à vacinação da mesma maneira que os mais jovens, mas é recomendado que esses animais recebam a vacinação de acordo com a região da mesma maneira que os gatos de menor idade.

CUIDADOS EM CASA
Sabe-se que gatinhos idosos possuem muito mais chance de desenvolverem artrose do que gatos jovens, sendo que 90% dos bichanos com mais de 12 anos apresentam alterações nas articulação passíveis de visualização em radiografias.
Isso faz com que seja muito frequente os gatos de mais idade pararem de subir nos móveis de casa, e nos alerta para uma mudança importante na casa do gato.
Recomenda-se que as vasilhas de água e ração, assim com sua caminha e caixa de areia fiquem em locais baixos. Quando jovens eles gostam de escalar para atingir esses locais, mas podem sentir dor numa idade mais avançada.
Silêncio é algo que os gatos normalmente gostam, mas os idosos simplesmente amam, por isso você deve providenciar também que os locais de alimentação, caixa sanitária e caminha sejam isolados do barulho, mas não próximos uns dos outros.
A caminha do gato idoso deve ser, além de isolada, quentinha e separada de outros animais da casa, para minimizar o estresse.

ATENÇÃO ÀS MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO
Fique alerta a qualquer mudança no comportamento do seu gato idoso, porque nem sempre a mudança é normal. Leve-o ao veterinário se notar algo de errado e conte-o tudo, mesmo achando que algo possa ser irrelevante.

Dra. Laila Massad Ribas
Fonte: http://portalmedicinafelina.com.br/